UM CURSO EM MILAGRES
12 DE MAIO DE 2003
2ª FEIRA

Jorge: Obrigado a todos por estarem aqui.

Gostaria de abrir este nosso encontro falando sobre um encontro santo. Encontro santo acontece quando duas pessoas ou mais se encontram e decidem, juntas, buscar uma maneira de viver mais amorosa. No momento em que isto acontece num nível não consciente, não racional, a força destas duas ou mais pessoas impulsiona uma abertura de portais, ou portas, que vão colocar estas pessoas no caminho dos milagres.

Bill e Helen eram psicólogos do Medical Center de Nova York, um dia se encaminhavam para uma reunião que eles não gostariam de ir. Estavam indo juntos a esta reunião, mas já sabiam de antemão o que lhes esperavam: julgamentos, críticas, competições. Bill disse para Helen, algo assim como: ‘Eu não gosto mais desta minha vida assim, sempre temos que competir e julgar, deve haver um outro jeito!’ Helen que estava junto com Bill indo para este encontro, também psicóloga, disse que estava sentindo a mesma coisa. Disse para Bill: ‘Quem sabe nós possamos procurar, juntos, uma outra maneira de viver que não seja esta de julgamentos, de agressividade, crítica, sempre tendo que competir com as outras pessoas! Quem é o melhor? Quem é o pior? O que eu fiz? O que ele fez? O que eu não fiz? O que ele deixou de fazer?’ Então aconteceu o momento santo. Este momento em que duas pessoas de comum acordo, concordam em buscar, juntas, a evolução para uma maneira mais amorosa de viver, fez com que algumas coisas começassem a acontecer .

Helen era uma pessoa sensível, sensitiva, mas negava isto porque queria tudo cientificamente medido, pesado e poderíamos dizer, apalpado, para que ela pudesse acreditar em algo. Num determinado momento ela teve um sonho. Sonhou que se encontrava dentro duma gruta e encontrou ali um antigo pergaminho, ao desenrolar este pergaminho encontrou escrito: Deus é . Abaixo havia dois quadros em branco, um à esquerda e um à direita do pergaminho. Aí estava escrito: Se você abrir o quadro à esquerda, você saberá tudo a respeito do passado, que nunca houve, se você abrir o quadro à direita, você saberá tudo a respeito do futuro, que nunca houve. Ela não queria o passado, tão pouco o futuro, decidiu que queria saber o presente. Enrolou o pergaminho, onde tinha aqueles quadros à direita e à esquerda e deixou aberto apenas onde estava escrito: Deus é .

Então, aconteceu-lhe uma outra coisa, começou a ouvir uma voz, esta voz dizia a ela que escrevesse. Foi até Bill que era o colega dela e perguntou: O que eu faço, esta voz está dizendo ‘comece a escrever’ e ele teria dito, então, ‘escreve vê o que esta voz tem para transmitir’. Helen sabia taquigrafia, no momento ela concordou e disse: ‘Está bem, eu aceito escrever’ e a voz teria dito para ela: ‘Este é um Curso em Milagres’. Durante 7 anos Helen teria escrito, até que finalmente, como resultado destes escritos, se obteve este livro, que foi editado pela Fundação pela Paz Interior.

Uma das premissas deste livro é que os milagres deveriam acontecer naturalmente na nossa vida, se eles não estão acontecendo, alguma coisa está errada. O que nos propõe o livro é fazermos um trabalho de maneira que possamos identificar o que está errado e desfazer, para que possamos, outra vez, estar no curso dos milagres. Assim como um peixe fora d’água precisa voltar ao curso do rio, neste sentido um curso em milagres.

A proposta do trabalho é através duma averiguação para encontrarmos, cada um em si e assim, em nós mesmos, o que está acontecendo de errado. Por que as coisas não estão acontecendo naturalmente na nossa vida. Porque os milagres são naturais. Está escrito: Pedi e recebereis; batei e a porta abrir-se-vos-a . No entanto a gente pede e não acontece nada, então algo deu errado. Porque a promessa é essa: Pedi e recebereis! Vai daí que os milagres são naturais. Não precisam acontecer por fenômenos especiais, mas são situações que devem acontecer com toda a naturalidade na nossa vida. Tudo o que precisamos nós podemos receber naturalmente. Quando isto voltar a acontecer saberemos que estamos, outra vez, no curso em milagres, no curso onde os milagres acontecem naturalmente. Sabemos que neste curso, é um curso em viveremos em pleno estado de paz interior, num pleno estado de amor.

Diz o livro, ainda, ‘Não pretende, este curso, ensinar o que é o amor , porque isto está além do que pode ser ensinado. O curso pode nos oferecer a oportunidade, em revendo em nós mesmos o que tem de errado, fazermos esta revisão, desfazermos o que está errado, a partir daí remover todos os obstáculos para que o amor aconteça’. Este é o sentido de ‘Ser criança outra vez’. Porque a criança não põe barreiras ao amor, neste sentido. No momento em que nós, com a consciência, não colocarmos nenhuma barreira para que o amor aconteça em nós, teremos retornado ao estado em que os milagres vão acontecer conosco, naturalmente.

A proposta do livro é, uma vez que ele surgiu a partir deste encontro santo, deste momento santo em que Bill e Helen, juntos, concordaram encontrar um caminho mais amoroso, então, que este trabalho seja desenvolvido em grupos. Quando duas ou mais pessoas estão juntas com o mesmo propósito vai fazer com que as portas que dão acesso a este estado de ser, este estado de paz interior, sejam abertas e para que tenhamos a força para remover os obstáculos ao amor.

Tem uma pequena meditação que fazemos todas as vezes que nos reunimos, no início e no final de cada encontro para trabalharmos, tendo como instrumento este livro que chamamos de Um Curso Em Milagres. Como diz um cartaz aqui ao lado ‘Este é um instrumento entre milhares de outros, pode ser que você ache este instrumento bom para você, neste momento, ou não. Ele não é o único, não é o melhor, porque não existe melhor ou pior, não existe ordem de dificuldades em milagres, não existe milagre maior ou menor. Também, não existe uma ordem para os instrumentos os quais nós podemos utilizar, não existe instrumento melhor ou pior. Apenas existem instrumentos entre os quais se pode escolher de acordo com a sua compreensão, de acordo com a sua utilidade, de acordo com aquilo que você vai optar se achar ser bom.

Esta meditação, que você receberam, está na página 30 do livro é uma meditação que foi escolhida por sugestão da tradutora quando a gente começou a trabalhar com este livro há cerca de 8 ou 9 anos , em grupo. Ela sugeriu que seria uma boa meditação eu vim a compreender depois, traduz tudo aquilo que estamos querendo, tudo aquilo que esperamos que aconteça.

Primeiro eu queria explicar para vocês, segundo a minha compreensão, vocês podem concordar ou não, o que é meditação. Segundo a minha compreensão a palavra meditação é o ato de ditar a mim mesmo, eu me dito. Se eu disser em palavras aquilo que eu quero que vocês façam, eu estarei ditando a vocês. Quando eu disser em palavra aquilo que eu quero que eu faça, eu estou me ditando. Então, diante desta abordagem, do que é meditação, meditar não significa ficar parado, sem fazer nada , mas sim que eu fale em palavras aquilo que eu quero que eu faça. De tanto eu me ditar, eu, um dia, posso ter a compreensão, e tornar isto um hábito em mim mesmo.

Vocês talvez já ouviram falar que os olhos são as janelas da alma, os ouvidos são a porta. Por isso é tão importante verbalizar aquilo que nós queremos que aconteça para que os ouvidos que são a porta que trabalham e atendem as vibrações sonoras possam captar e registrar aquilo que eu quero programar para que aconteça comigo, ou em mim, ou a partir de mim mesmo. Neste sentido meditar é dizer a mim mesmo aquilo que eu quero que aconteça.

Quem quiser pode falar junto comigo a Meditação, depois disto eu vou explicá-la para que possamos entender a interpretação da mesma.

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil.
Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.
Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.
Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,

sabendo que Ele vai comigo.
Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.

É desta maneira que eu gostaria de estar neste mundo, por isso que eu faço esta Meditação. Então, vamos interpretar para ver se conseguimos compreender esta Meditação, de uma maneira bem acessível para o meu entendimento.

Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil. É o estado que eu gostaria de estar. Quem é que se encontra hoje, no mundo, neste estado, parado, disponível, esperando para ser útil a outra pessoa?

Aí eu estava passando na Praça XV e vi aquela fila de táxis parados e vi os motoristas sentados, alguns dentro do carro, outros no banco, alguns quietos outros conversando e eu disse: Esse cara aí está fazendo isto! Ele está ali fazendo exatamente esta primeira frase da Meditação. Se ele está neste estado eu não sei, mas se ele estiver ele estaria muito feliz fazendo aquilo que ele está fazendo. Ele está fazendo aquilo, goste ou não. Se ele gostasse e tivesse consciência que ele está ali só para ser verdadeiramente útil, isso seria uma grande alegria para ele.

Eu estou aqui para representar Aquele Que me enviou.

Eu não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que
fazer, porque Aquele Que me enviou me dirigirá.

Chega o passageiro. Quem é o passageiro? Aquele que vai dirigir o táxi! Porque o motorista só faz o trabalho instrumental, ele serve de instrumento mecânico para o passageiro, porque quem dirige o táxi é o passageiro. O passageiro é que dá a direção para onde o táxi deve ir. Por isso o motorista do táxi não tem que se preocupar com nada. Ele tem que dizer ‘Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil e não tenho que me preocupar com o que dizer ou o que fazer porque Aquele que me enviou me dirigirá.’ Entra o passageiro e ele pergunta com um sorriso:

-Estou aqui só para ser útil, para onde o passageiro gostaria de ir?

-Eu gostaria de ir para o bairro Kobrasol, mas eu gostaria de ir por Coqueiros, porque eu gosto de ir passeando, vendo esta vista do mar.

Eu estou contente em estar aonde quer que Ele deseje,

sabendo que Ele vai comigo.

Então, o motorista vai contente. Mas tem uns que não ficam contentes e dizem: ‘Mas o Senhor tem certeza que quer ir por ali? Mas não é melhor ir por aqui? Pela via rápida chegamos muito mais rápido!’ O passageiro diz: ‘Não, eu gostaria de ir por ali!’ O motorista argumenta: ‘Eu se fosso o Senhor não iria!’ O que acontece com o passageiro, ele diz: ‘’Pára o carro que eu vou descer, vou pegar outro táxi, porque você não está contente em fazer o que você está fazendo, você não está aceitando a direção do passageiro e não está aqui só para ser útil.’

Uma vez eu tomei o táxi para ir para o bairro Abrão e pedi para o motorista: Eu quero que você vá pela Avenida Ivo Silveira e ele foi pela Via Rápida, eu não falei nada, mas quando cheguei lá eu disse:
-Eu tinha pedido pra você ir pela Ivo Silveira, você lembra?
-Lembro! Mas eu optei vir por aqui que é muito mais rápido!

-Foi mais rápido pra você, pra mim não. Agora eu vou ter que tomar um outro táxi, porque tinha uma coisa que eu tinha que pegar no caminho, como você veio pela Via Expressa, eu não pude pegar.

-Ah, mas você quer que eu lhe leve lá?

-Não, você é capaz de ir por outro caminho, daí não vou pegar de novo! Como você não segue a orientação do passageiro, você deveria fazer outra coisa, deveria fazer entregas de mercadoria. -Por quê?

-Porque daí você pega a mercadoria e escolhe o caminho que você quer para entregar a mercadoria, você não precisa ouvir o passageiro. Então vejam como é diferente quando uma pessoa está neste estado Eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil. Eu não preciso me preocupar com o que dizer ou o que fazer porque aquele que me enviou me dirigirá. Estou contente em estar onde quer que ele deseja, sabendo que ele vai comigo. Estou contente em estar onde quer que ele deseja, porque eu sei que o passageiro está aqui comigo e ele vai me recompensar pelo que eu estou fazendo.

Eu serei curado na medida em que eu permitir que Ele
me ensine a curar.

Isso quer dizer, se nós seguirmos estar neste estado vamos chegar a um nível de estar contentes não importa onde quer que eu esteja, porque eu sei que estou ali por alguma razão, sei que de alguma maneira eu estou naquele lugar porque eu me deixei dirigir para lá e é lá que eu tenho alguma coisa para fazer, lá é que tem alguma tarefa para iniciar ou para concluir.

Quando o táxi pega o passageiro e vai contente, pode ser quando ele largar este passageiro já tenha outro esperando, então ele prospera, em todos os sentidos.

É assim a proposta desta meditação que traduz bastante daquele estado que a gente gostaria de chegar neste grupo de estudos, utilizando como instrumento, para alcançar este estado de paz interior, o livro que está aí, que é Um Curso Em Milagres.

Deixo aberto para perguntas, alguém gostaria de perguntar alguma coisa?

Participante: Gostaria de saber como são os encontros, como funcionam.

Jorge: É um grupo de estudos. Há uma coordenação, porque o trabalho precisa ser coordenado. Da maneira como estudamos, como fazemos este grupo, ele funciona assim: Nós lemos um capítulo. A leitura é feita por qualquer pessoa integrante do grupo e após isto, começamos a ler parágrafo a parágrafo. A cada parágrafo que é lido passamos a palavra para cada uma das pessoas que estão presentes, cada pessoa pode se manifestar sobre aquilo que entendeu, sobre aquilo que não entendeu e aquilo que gostaria de entender melhor. Quando chegar no final, provavelmente, a pessoa que não entendeu, já estará com a resposta, porque alguém vai dizer .

Sempre quando chega no final do grupo quem conseguiu compreender o que foi lido pode ajudar os outros que não compreenderam.

Uma das situações que nós trabalhamos muito aqui é assim: Lemos um parágrafo, então, por exemplo, um participante vai falar a respeito e diz: ‘Eu compreendi aqui que isso tem a ver comigo em tal e tal situação, porque eu ajo assim e estou me dando conta que não é a melhor maneira de fazer, posso mudar para melhorar.’ Esta compreensão que nós buscamos alcançar aqui , é uma compreensão que vai nos tornar capazes de utilizar, isto que estamos aprendendo, na nossa vida, a partir do momento que a gente está aqui e daqui por diante, no nosso dia-a-dia, em todos os momentos. Quando nós começamos a compreender alguma coisa e nós nos damos conta que podemos fazer melhor, a transformação já aconteceu , a partir da compreensão.

Ao término da sua colocação, o participante passa a palavra para outra pessoa, a orientação é que, ela não vai falar assim, por exemplo: ‘Olha, eu acho que você entendeu tudo errado!’ Nós não fazemos esse tipo de observação. O que a próxima pessoa vai dizer? Vai dizer da forma como ela entendeu, sem criticar, julgar ou fazer qualquer observação a respeito do que o outro disse. Ela pode colocar, por exemplo: Eu gostaria de entender esta palavra...que não compreendi o sentido. A próxima pessoa fala a respeito dela e do que ela compreendeu e o que não compreendeu e se isso tem alguma coisa a ver com ela, se ela quiser falar. Então, cada pessoa pode falar, ou não. Se a pessoa não quiser falar, passa para a outra pessoa, simplesmente falando: Passo! É assim que fazemos o estudo.

É um grupo de estudos, não é um professor e os alunos, não é um curso neste sentido, é um grupo de estudos. O nome do livro é Um Curso Em Milagres, mas nós não fazemos o curso no sentido de sermos professores, mas como todos sendo alunos e todos querendo aprender, porque todos aqui virão se acharem que isso pode lhes trazer algum benefício. Se isto não pode me trazer nenhum benefício não faz sentido eu estar aqui.

Participante: Isto tem algo a ver com prosperidade?

Jorge: Tem! Durante muito tempo tivemos muitas crenças equivocadas e um dos benefícios deste trabalho que estamos fazendo, há cerca de 8 anos, com grupos estudando este livro é reinterpretar as nossas crenças que, às vezes, são equivocadas. E nos tiram a capacidade, entre outras a de prosperar.

Por exemplo: Se você lê o Antigo Testamento da Bíblia encontrará, não lembro dos nomes, mas é mais ou menos assim: ‘José foi abençoado por Deus com grande fortuna.’ As pessoas que tinham fortuna eram consideradas abençoadas por Deus.

Quando eu era criança eu tinha uma situação assim: A minha família era pobre. O padre da cidadezinha onde eu estava crescendo, ainda criança, tinha televisão, carro, Rádio Amador, máquina de filmar, morava numa casa muito boa, tinha cozinheira e a alimentação dele era boa todos os dias. Não que a minha alimentação não fosse boa, mas para mim, para os olhos duma criança, por exemplo, eu chegava lá e via camarão, isso não tinha na minha casa, era muito luxo, ele tinha todas as coisas que eu, com o meu olhar de criança via que ele tinha e na minha casa não. Um dia perguntei para o meu pai:

-Pai, nós fizemos voto de pobreza?

-Não, meu filho! Por quê?

-Porque o padre fez voto de pobreza e ele vive muito melhor que a gente, tem alguma coisa errada!

O padre me parecia um pessoa rica e eu achava que eu era pobre. Eu participava da missa aos domingos , ouvia os sermões, o catecismo, não me lembro bem de onde, só sei que isso ficou gravado na minha mente e se tornou uma crença de que: Estar pobre era bom , porque ‘era mais difícil um rico ir para o reino do céu do que um camelo passar por um buraco duma agulha.’

Uma coisa que eu sempre ouvia quando criança, eu era uma criança muito alegre, subia em árvores, soltava papagaios, corria, gritava, brincava, cantava, muitas vezes eu ouvi: ‘Olha quem ri muito na sexta, chora no sábado!’ Aí parei de rir na sexta, sexta já foi um dia que começou a ficar triste para mim. Então eu vou rir no sábado, não demorou muito, alguém disse: ‘Quem ri muito no sábado, chora no domingo!’ Aí eu fui abdicando de ser feliz até que só me sobrou a segunda-feira. Segunda-feira era um dia em que eu era muito feliz, até que alguém me disse: ‘Olha, quem ri muito na segunda chora na terça,’ aí acabou com a minha felicidade e acabou com a minha prosperidade também. Por quê ? Porque era melhor ser infeliz todos os dias do que chorar no dia seguinte, é melhor ficar naquele padrão ‘não vou rir, mas também não vou chorar amanhã’. Eu fazia uma troca, não rio hoje, em compensação não choro amanhã, mas eu chorava igual amanhã! Assim, também não entendia nada, pois amanhã eu acabava chorando sem ter rido ontem. Que paradoxo eu tenho agora na minha mente! Isso na mente duma criança!

A prosperidade também era bloqueada, porque não sei se eu entendi equivocadamente, porque a criança, às vezes, entende as coisas de maneira errada, põe isto na cabeça e se torna uma crença que norteia o resto da sua vida, era: ‘Quem é pobre aqui, vai ser rico lá no céu.’ Uma série de crenças que fui assimilando, não sei se assim me diziam ou eu entendia assim por minha conta, mas eu entendi muita coisa errada, tive muitos bloqueios à minha prosperidade em todos os níveis. Porque você não é diferente num nível do que no outro .

Se você não tem prosperidade física, você também não consegue prosperar emocional e intelectualmente. Para prosperar intelectualmente, provavelmente, você vai ter que ir para uma faculdade, se você não tem prosperidade física não tem dinheiro nem para pegar o ônibus para ir até lá. Então, você tem que prosperar em todos os níveis.

Se você não tem prosperidade física, você também não vai prosperar emocionalmente. Chegando o dia dos namorados, se você não tiver dinheiro para dar uma flor para a namorada, que é tradição, você não conseguirá conquistar a namorada. Às vezes, você desiste de namorar, mesmo que a namorada diga ‘eu não me importo se você não me dá uma flor’. Você se julga não merecedor em nenhum nível, de coisa nenhuma.

Não é isso que está nas Escrituras do Antigo Testamento e não é isso que está neste livro. Muitas destas crenças e muitas das citações bíblicas são reinterpretadas neste livro, para que nós possamos sair deste sistema equivocado de crenças que diz que: ‘Nós não podemos ser felizes; que nós não podemos ter prosperidade; que nós não podemos isso e que nós não podemos aquilo.’

O próprio Sermão da Montanha fala uma contradição, porque ele diz: ‘Busca primeiro o reino do céu e terás tudo abaixo, porque tudo o que está no mundo está para nos servir e nos pertence.’ A partir daí, eu hoje, consigo entender porque o papa tem avião e eu não, antes eu achava um absurdo. O papa ter avião, já ouvi comentários a respeito que o Vaticano tem muito dinheiro, se tem, não sei. Ora, de repente eles retiraram os obstáculos à prosperidade que tinham na mente. Então eles podem viver muito bem e eu e você também! Isto não implica em não estarmos evoluindo espiritualmente. Porque se nós não aprendemos a evoluir materialmente, emocionalmente, mentalmente em equilíbrio, como nós vamos alcançar a chamada evolução espiritual? Se nós não conseguimos evoluir em coisa nenhuma. Não é que tenhamos, este curso não é um curso para impulsionar a gente paras acumular riquezas, mas é para retirar os obstáculos à prosperidade, para que possamos prosperar no nível horizontal e no vertical também.

Prosperidade e espiritualidade estão no mesmo nível. Para evoluir espiritualmente, a gente coloca o céu acima das nossas cabeças, então temos que evoluir verticalmente, isso é a mesma coisa que prosperar. Se eu não aprendo a prosperar, eu não vou prosperar para lugar nenhum. É esse o trabalho de uma das idéias que nós temos aqui.

Muitas pessoas têm bens materiais e não conseguem ser felizes. Se sentem até culpados por isso. Se sentem culpados por ter um carro novo, um carro bonito, é uma coisa que ele gosta, pode pensar ‘acho que agora, porque eu tenho este carro novo e bonito, não vou ser merecedor do céu’ porque tem gente que não têm um carro novo e bonito.’ Isto não significa nada. Ter um carro ou não, não significa nada hoje, não significa nada daqui a 100 anos.

Vamos fazer uma projeção, daqui a 100 anos: Que importância terá, daqui a 100 anos, se você andou de táxi, ou de bicicleta ou se você tinha um carro próprio. Se não significa nada nesta direção, também não significa nada agora. Isto quer dizer que tanto faz você andar de táxi, a pé, de bicicleta ou num carro bonito. Não é isto que vai fazer diferença, o que significa a diferença é se eu sou feliz, se eu vivo em paz, se eu tenho uma vida amorosa, isto vai fazer uma grande diferença.

Participante: Gostaria de saber quanto ao tempo de duração do curso.

Jorge: Este curso, este grupo, nós vamos fazer juntos com as pessoas que estiverem freqüentando o grupo, que vai acontecer todas a segundas-feiras, das 19 horas até às 21 horas. Tem data para início, mas não tem data para terminar, pode levar, por exemplo, 1, 2, 10 ou 30 anos. Temos um currículo, mas não temos um cronograma. O importante é que a gente consiga compreender alguma coisa de fato, que esta compreensão possamos levar para a nossa vida de fato. Não é um curso para que eu vá para o céu, é um curso para que o céu se estabeleça em mim aqui na terra onde estou, é aqui que eu tenho que ser feliz, é aqui que eu tenho que aprender. Então, ele não tem prazo para terminar.

Assim que nós vamos trabalhar, vamos buscar compreendê-lo, estudá-lo, não tem tempo para terminar. Cada um pode vir o quanto quiser, o dia em que não quiser, não precisa vir. Como em cada reunião nós vamos tratar um assunto, embora haja uma continuidade no curso, vamos fazer isto de uma maneira bem lenta. Não mais lento do que o necessário e nem mais rápido do que o necessário, na medida em que for acontecendo. Se você, por exemplo, não vier numa segunda-feira e vier na outra, você vai perder somente aquilo que se trabalhou na segunda que você não estava, daí você entra na continuidade, se reintegra ao grupo.

Este grupo de estudos é parte integrante das atividades do Grupo Luz . O Grupo Luz é um grupo de pessoas que se reúnem e está aberto a novos integrantes que queiram se integrar ao grupo, com a finalidade de estudar os conhecimentos esotéricos de maneira aberta, não julgando nenhum instrumento ruim ou bom, mas sim, aqueles que chegarem até nós, dentro das nossas percepções, podemos estudar qualquer coisa. Podemos formar grupos de estudos desse ou daquele assunto e estender isto para as outras pessoas que quiserem se integrar ao grupo e estender isto às pessoas que não vêm. Modificando alguma coisa em mim, esta extensão acontece naturalmente para os que estão próximos.

Gosto de usar o exemplo duma lâmpada: Uma lâmpada apagada pode falar de luz o quanto ela quiser, para quem quiser ouvir, não modifica nada. Uma lâmpada que se acende não precisa dizer nada, ela ilumina tudo que está ao seu redor.

Então, a idéia é irmos buscando mais luz para nós mesmos, é assim que se muda o mundo, mudando primeiro eu, essa é a força da luz no mundo. Porque não se ilumina o mundo, não há como iluminar o mundo, há como iluminar a nós mesmos. A freqüência das pessoas que vão alcançando mais luz, é que vai trazer mais luz ao mundo.

Dentre deste grupo que nós chamamos Grupo Luz, a respeito desta mesma analogia com a lâmpada, estudamos o Curso em Milagres, temos, também, terapias Reiki, Renascimento, Florais consultas e Grupos de Estudos, Massagens, Lian Gong, Yôga, Kirliangrafia, Tarô consultas e Grupos de Estudos, Curso de Feng Shui e outras atividades que vão se integrando no grupo, conforme vão acontecendo.

Existe um reembolso em função da manutenção das despesas inerentes a estas atividades.
Uma vez que você se integra no grupo, há uma contribuição de 65 reais mensais e você pode participar de todas as atividades oferecidas, obedecendo a agenda, porque tem situações que precisam ser agendadas. Mas tentamos disponibilizar sempre que houver mais necessidade de uma determinada atividade. A intenção total do trabalho é fazer com que cada um possa, dentro daquilo que almeja, buscar a paz interior. Essa é a razão de estarmos aqui.

Participante: É necessário ter o livro?

Jorge: Uma vez que a leitura é feita por qualquer pessoa do grupo, eu mesmo não tenho o livro, porque uma pessoa pode ler e acompanhamos a leitura, então, para participar do grupo não é necessário ter o livro. Se você vier, pode ouvir e aprender, ou compreender aquilo que você aprender ou compreender sem necessidade de ter o livro. Têm pessoas que querem ter o livro, é uma possibilidade, mas não é uma necessidade.

Eu gostaria de fazer uma pequena demonstração a respeito de como fazemos este estudo, embora não seja desta maneira que o estudo é feito, porque nós começamos a partir do início do livro e vamos parágrafo a parágrafo. Agora eu vou abril aleatoriamente o livro e vou escolher, aleatoriamente, um parágrafo, nos vamos ler e vamos tentar trabalhar com a compreensão dele no grupo.

Está na página 162 do Livro Texto
Parágrafo 7
A Bíblia diz: “E o Verbo (ou pensamento) se fez carne.” Estritamente falando isto é impossível, já que parece envolver a translação de uma ordem de realidade para outra. Diferentes ordens de realidade meramente aparentam existir, assim como diferentes ordens de milagres. O pensamento não pode ser feito carne exceto pela crença, já que o pensamento não é físico. No entanto, pensamento é comunicação, para a qual o corpo pode ser usado. Esse é o único uso natural que lhe pode ser conferido. Usar o corpo de maneira não-natural é perder de vista o propósito do Espírito Santo e assim confundir a meta do Seu currículo.

Eu gostaria que, a partir da minha esquerda, cada um dissesse o seu nome se quer comentar, pode fazer o seu comentário e se não tiver nenhum comentário simplesmente diz: Passo!

Participante: Passo

Participante: Passo

Participante: Passo

Participante: Sobre esta frase “E o Verbo se fez carne”. Compreendi o Verbo como sendo ação, pois todo verbo significa uma ação. Assim, temos que fazer a nossa parte.

Participante: Por esta afirmação eu entendi que se tornou realidade, no caso a vinda do Messias. Se tornando realidade a Identidade Criadora foi conferida como pensamento, expressa como palavras e se manifestou na prática.

Participante: Compreendi que no início era somente o Verbo.

Participante: Passo

Participante: Passo

Participante: O pensamento sendo uma crença, pode ser reinterpretado.

Jorge: Pegamos, para o primeiro dia, um parágrafo bem complexo. Têm muita coisa para se trabalhar aí.

Se eu compreendi, para compartilhar com vocês, é assim: O Verbo não pode se fazer carne, porque se ele se fizesse carne ele deixaria de ser verbo e ficaria só na carne. Não há como você mudar de um estado para outro. Assim, a mente , nível do pensamento, ela tem poder criativo, mas a mente não consegue se transformar em matéria. Ele só estaria reinterpretando para a gente conseguir entrar num outro nível de compreensão de que não é o Verbo que se faz carne . Tem a carne? Tem! Tem o Verbo? Tem! O verbo se coloca como sendo o pensamento. Você tem o corpo, não deixa de ter o pensamento, não é a mesma coisa.

O que acontece normalmente é que nós esquecemos disto que a mente é uma coisa e o corpo é outra e começamos a funcionar como corpo e não como mente. Isto quer dizer: Como mente eu gero pensamentos e tenho um corpo a serviço da mente. Então, o corpo seria um instrumento da mente e não mente e corpo sendo a mesma coisa.

Vamos ver um exemplo de como funciona uma pessoa que não faz muita diferença entre corpo e mente.

Se vocês olharem para tudo o que vocês podem ver, tudo o que vocês podem cheirar, degustar ou apalpar, tudo é feito em função do corpo. Esta almofada onde estou sentado é para o corpo, para mente ou para o espírito? Para o corpo! Quando saio daqui e vou tomar um cafezinho, o cafezinho é para o corpo, para a mente ou para o espírito? Para o corpo! E esta camisa? É para o corpo! O que acontece, talvez ele esteja, segundo consegui captar, esteja querendo transmitir para nós nos darmos conta da diferença de estados e que nós não somos corpo. Temos estados, em ordens separadas, neste sentido, espírito, mente e corpo. É para nos darmos conta, talvez, e vermos se nós estamos funcionando como corpo, como mente ou como espírito.

Quando diz “O Verbo se fez carne”, podemos entender que o pensamento ou a mente, agora, é o corpo, então, vamos trabalhar corpo a corpo. Usar o corpo em função do corpo, apenas isto. É o que muitos estão fazendo, é o que se faz durante a maior parte do tempo, trabalhar em função do corpo. Usar o corpo para produzir comodidade para o próprio corpo. Você esquece que você é mente, que você é inteligente, que você tem intelecto, que tem pensamento e que você é espírito, fica só parado no corpo.

Como diz na continuação da frase “... e habitou entre nós” eu me dei conta de voltar lá para o nosso motorista de táxi. O que é que faz movimentar o táxi? É o corpo ou a mente do motorista? É a mente! O corpo não faz sequer um movimento que não seja coordenado pela mente. Uma pessoa que tem um bloqueio mental, não consegue movimentar a mão.

A mente do motorista faz movimentar o carro, o passageiro dá a direção. Então, a mente não é o corpo. Agora eu não estou dirigindo, mas enquanto eu estava dirigindo meu carro eu era capaz de perceber quando o pneu do carro passava em cima de uma pedrinha minúscula, era capaz de dizer se a pedrinha estava mais do lado direito ou do esquerdo, a mesma coisa com os buracos na estrada, era como se o carro fosse uma extensão de mim mesmo. Eu chegava a ter esta sensibilidade, quem dirige desenvolve a mesma sensibilidade, isso é que faz com que você não saia batendo em tudo que é esquina e buracos, porque cada buraco, cada desnível do terreno, você sente. De certa maneira, se olharmos por este ângulo e vermos as coisas no nível material, o motorista se fez lata. Mas o motorista não é o carro, não é a lata, embora muitos pensem que sim.

Eu durante algum tempo, quando eu tive o meu primeiro carro eu pensava que era lata, porque só vivia em função de polir a lata. Esquecia até de comprar camisa pra mim, mas não esquecia de passar uma cerinha no carro. O carro tinha que estar bonito, impecável, funcionando, trocava o óleo do carro, se era para trocar a cada 2 mil quilômetros, eu trocava a cada mil quilômetros, enquanto isso eu estava fumando e tomando uísque.

O que eu quero dizer? Eu sabia que o cigarro fazia mal para mim, mas disto eu não me importava, mas se colocassem um óleo ruim no meu carro, que pudesse fazer o motor dar uma falha, por menor que fosse, eu ia à loucura, entretanto eu estava fumando e tossindo.

Às vezes, tratamos melhor o carro do que o nosso corpo. Por quê? Porque estendemos aquilo que somos para o carro, ou para algum objeto, ou pela casa, ou pela geladeira, pelo fogão, ou por qualquer coisa que seja.

Enquanto, no outro nível, agora vou voltar do carro para o corpo, enquanto temos corpo, às vezes vivemos só em função do corpo. Esquecemos dos outros níveis que temos que trabalhar. Então, isto que quer dizer, segundo a minha interpretação, o uso inadequado do corpo. O corpo serve como instrumento para o nosso aprendizado, para a nossa evolução, para compreensão da prosperidade em todos os níveis. Como eu tenho que aprender a prosperar? Trabalhando as coisas materiais de maneira correta! Quando eu uso inadequadamente o corpo? Quando eu trabalho só em função do corpo, esqueço a mente, esqueço o espírito, só o corpo tem importância.

Participante: Sobre o níveis que você falou, como é que é esse alinhamento?

Jorge: O ideal é que todos estejam alinhados. Quando você alinhar esses três corpos, como nós os vemos em estado separado, é porque a coisa está desalinhada. Compreendermos que somos espírito, mete e temos um corpo e o ideal que eles estivessem num perfeito alinhamento.

Por exemplo: Em função de quem vou trabalhar, do espírito, da mente ou do corpo? Porque eu estou aqui e eu trabalho, como é que é esse alinhamento? O alinhamento destes três corpos para alcançar a compreensão de unir todos esses corpos, ou todos esses estados em uma única função, é o que almeja como função a nossa prioridade, o uso adequado da mente e do corpo em função do espírito. Quando eu me refiro às coisas materiais, que são representadas pelo dinheiro, aonde coloco a minha mão? No bolso! Quando eu me refiro às coisas da mente, ou do intelecto, aonde coloco a minha mão? Na cabeça! Quando eu me refiro às coisas do amor, do desenvolvimento espiritual, aonde coloco a mão? No coração!

Agora vamos ver uma pessoa que está trabalhando só em função do corpo, a parte do espírito sai fora, não levem isto como uma coisa pessoal, é só uma analogia até brincalhona que faço comigo mesmo. Porque durante muito tempo andei de terno e gravata e trabalhava em função do corpo, exclusivamente, de ter um carro bonito, ter um terno bonito. O que é que eu tinha no lugar do coração? O bolso por dentro do terno onde guardava a carteira e a caneta de ouro e mais um bolsinho por fora do terno. Isto não quer dizer, como já coloquei para vocês, que nós não devemos ter as coisas materiais, devemos ter. Mas nós não devemos pegar o espírito, deixá-lo de lado e colocar no lugar dele as coisas unicamente materiais. O que acontece quando eu faço isto? Deixo tudo que é referente ao espírito de lado e coloco a mente a serviço do bolso! Trabalho dia e noite pensando numa maneira para ganhar mais dinheiro e o dinheiro que ganho vou investir, todo ele, no desenvolvimento intelectual para ganhar mais dinheiro.

Com este ciclo, bolso e intelecto em função do corpo, porque todo o dinheiro que ganho é para o corpo, não é para o espírito, nem para a mente. O dinheiro para a mente não serve para nada, a mente não pode gastar dinheiro, não pode usufruir, a não ser o corpo, as necessidades e os prazeres para o corpo, conforto do corpo.

Então, o espírito ficou de lado. O que eu faço quando recoloco o espírito no centro? Eu deixo de ter necessidades de dinheiro? Não, não deixo! Eu preciso igual pagar o meu aluguel, preciso colocar gasolina no carro. Vou querer ter um carro bonito? Vou, não tenha dúvida, isto não é nenhum erro. O erro é quando a pessoa diz: Agora vou ser espiritual, não preciso mais de dinheiro e nem de desenvolvimento intelectual. Outra vez a pessoa está equivocada.

Uma vez conheci uma pessoa que foi mandada por um amigo em comum e ele queria um cristal. Ele disse para mim:

-Olha Jorge, eu estou precisando dum cristal, faço um trabalho espiritual , mas estou sem dinheiro, o José me disse que eu viesse falar com você, quem sabe você me consegue um cristal.

-Que tipo de cristal você quer, se estiver de acordo com as minhas possibilidades de dar, eu te darei!

Ele foi modesto e escolheu um cristal e eu disse:

-Este eu dou para você!

Uns dias depois ele veio me pedir 10 reais emprestado, eu não gosto muito de emprestar dinheiro, mas, está bem, emprestei. Passaram-se mais uns 20 dias ele veio outra vez pedir dinheiro emprestado. Aí disse para ele:

-O que é que você faz?

-Agora eu sou muito espiritual!

-Não, o que você faz, trabalha ou não trabalha..?

-Não eu não trabalho, só trato das coisas espirituais!

-O que você faz para ganhar dinheiro?

-Eu não faço nada, resolvi que só vou trabalhar com coisas espirituais.

-Então esse dinheiro que você pediu emprestado, não vou ver mais, não é?

-Porque você não faz alguma coisa para ganhar dinheiro, apesar de que você está muito espiritual, você vai querer tomar café, vai querer comer pão, almoçar, jantar dormir num lugar.

-Sim, eu preciso disto.

-Então trabalhe para ter isto!

-Não mas agora estou ..

-Vou te dar uns incensos (era naquele tempo em que muita gente vendia incenso na rua) eu vou te vender o incenso por 50 centavos e você vende por 1 real. Assim você começa a trabalhar e financiar as suas próprias necessidades físicas. Você não precisa trabalhar mais do que aquilo que você necessita durante o dia. Você precisa 2 reais para o café da manhã, 5 para o almoço, 5 para a janta, 5 para dormir, então você precisa 17 reais por dia. Ganhou os 17 reais, pode parar de trabalhar e isso você ganha em 2 ou 3 horas.

-Mas eu não posso fazer!

-Eu também não posso te emprestar mais nada.

Porque a pessoa que vai trabalhar só com coisas espirituais e não quer fazer nada dependerá que o outras pessoas o sustentem, isto não está correto. Você tem que prestar um serviço.

O alinhamento dos corpos implica em que você não vai deixar de ter necessidades físicas, você não vai deixar de desenvolver a tua mente, mas você vai fazer isso em função de um outro objetivo, que é o objetivo espiritual. Eu agora quero trabalhar a evolução espiritual, então vou investir a minha mente e parte daquilo que alcanço trabalhando, neste desenvolvimento.

Você não investe um pouco do que você ganha na sua diversão? Você não investe para desenvolver o seu corpo? Você não investe para desenvolver o seu intelecto? Seria proibido você se desenvolver espiritualmente? Você não precisa investir dinheiro. Por quê? Porque nós temos os três níveis, nós não podemos negar nenhum deles. Estamos neles em estados separados .

Temos o físico, o mental (à nível dos nossos pensamentos) e o espiritual. Quando eu estou trabalhando só em função do corpo é a mesma coisa que se eu estivesse negando o mental e o espiritual. Quando eu trabalho naquele ciclo mente/espírito é como se eu estivesse negando o espiritual e o mental e o físico não. Ora, quando eu vou trabalhar em função do espírito, não posso negar o físico, nem tão pouco o mental. Vou querer usar uma camisa bonita, por exemplo. Não é porque eu vou desenvolver o espírito eu tenho passar frio no inverno. Este é o sentido da prosperidade, é isto que diz no Sermão da Montanha: ‘Olhai as aves do céu e os lírios do campo ...’. Eles estão aí como está o motorista do táxi ‘eu estou aqui só para ser verdadeiramente útil ‘. Estou me dedicando a estas atividades, mas também exerço um trabalho físico é o serviço que presto para o outro.

De certa maneira todos nós estamos aqui fazendo isto, só que alguns de nós já se deram conta e outros não. Aqueles que se dão conta que estão aqui e que tudo o que fazem não é em função de si mesmo, mas em função dos outros, deram um grande salto na frente de todos. Porque tudo o que faço, nada disto é para mim, é sempre para alguma outra pessoa. Assim, eu faço algumas coisas para as outras pessoas, mas tem milhares de pessoas que estão, agora mesmo, neste planeta, fazendo alguma coisa para mim. Eu não estou me referindo às orações, estou me referindo às coisas materiais. Agora mesmo tem um chinês com os pés plantados dentro do banhado, lá na China num lugar onde jamais ouvi falar, plantando arroz para o Jorge . Talvez ele não tenha se dado conta disto. Ele está plantando arroz que vai entrar dentro dum container, que vai entrar num navio, dali virá até a prateleira do supermercado perto da minha casa, quando eu estiver com fome vou lá e pego o arroz. Se eu vou lá e pego, ele fez pra mim. Neste momento o padeiro está trabalhando para que amanhã de manhã cedo eu tenha um pãozinho quentinho no café . Tudo o que você faz, não te iludas, nada disto é pra você , é sempre para os outros . Quando você tem esta compreensão, você começa a ser muito mais feliz e começa a viver em função de fazer o outro mais feliz. Aí começamos a fazer o ciclo da perfeição, da alegria, do amor e da felicidade. Porque se eu produzo um determinado produto, vamos pegar como exemplo, uma pequena comunidade onde tem o leiteiro, o padeiro, o costureiro e o açougueiro. O açougueiro está trabalhando em função do padeiro do costureiro e do jardineiro. O jardineiro trabalha para todos da comunidade e assim todos da comunidade trabalham em função de todos. Quando um começa a sabotar o outro, este começa a fazer um serviço pior para o outro, é este o caos que nós não queremos viver. Queremos que todos prestem bons serviços para nós . Este é o sentido de não trabalhar só em função do corpo, trabalhar em função do ser . Porque estamos em estados separados, neste sentido.

Só queria realmente colocar este aspecto, de que optar por trabalhar pelo espiritual em nenhum momento significa negar a matéria ou a mente, vai concluir em prosperidade nos três níveis.

Agradeço a todos por terem participado desta Introdução ao Grupo de Um Curso Em Milagres.

Todas as segundas-feiras, das 19 até às 21 horas, estarei aqui e quem quiser compartilhar este trabalho, pode vir.

 

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